No
decreto Lei 87.497/82 no artigo 2º e na Lei 6.494/77 no artigo 1º o Estágio
Curricular Supervisionado é definido como uma atividade de aprendizagem social,
profissional e cultural, proporcionando ao estudante pela participação em
situações reais da vida e trabalho de seu meio, sendo realizado na comunidade
em geral, sob a responsabilidade e coordenação de ensino. Ou seja, o Estágio
Supervisionado é a prática que nós como graduandos da área de educação temos
por direito tê-lo de forma sistemática e organizada com apoio dos professores
da escola, do nosso supervisor junto ao compromisso que nós enquanto futuros
profissionais da educação deveremos ter, pois a prática e atuação que iremos
ter em nosso estágio será uma prévia da nossa atuação enquanto pedagogo
formado.
Segundo
a LDB essa disciplina é uma complementação, ou seja, é nossa oportunidade de
colocarmos em prática tudo o que aprendemos com a teoria em sala de aula. A
partir dessa colocação da teoria e prática me surge o seguinte questionamento:
Como ter uma boa prática em sala de aula durante o Estágio Curricular
Supervisionado se a nossa teoria foi falha na academia? Esse é um dos
questionamentos que fico me fazendo enquanto acadêmica do Curso de Pedagogia
Licenciatura, o que nos é transmitido por muitos professores em sala de aula
acaba nos desanimando, pois sentimos superficialidade, pois não é proporcionada
uma prática para que nós possamos analisar e refletir o nossos conhecimentos,
pois o com base em uma tendência reflexiva o conhecimento acadêmico, teórico,
científico só fazem um processo reflexivo se for integrado significativamente.
Então com ter uma prática significativa se não tivemos um conhecimento teórico
sólido para orientar melhor a nossa prática docente enquanto estagiário.
Como
futuros pedagogos sabemos que a aprendizagem é o resultado de ações surgidas a
partir da interação sujeito e meio, e a sala de aula para nós é um laboratório
de experiências na qual devemos estar preparados como nunca, afinal de contas
não estaremos com objetos ou máquinas e sim com crianças de particularidades e
mundos diferentes, nós estudantes do curso de Pedagogia almejamos uma teoria
tão rigorosa assim como temos a exigência de uma prática bem aplicada. Pois nós
temos o desafio e a responsabilidade de formar cidadãos e principalmente fazer
com que esses cidadãos retornem à sociedade o conhecimento construído na escola
enquanto aluno e enquanto professor estagiário ou não, pois não devemos nos esquecer
de que o professor ensina e aprende em sala de aula.
O
Estágio Curricular Supervisionado é um meio de nos conceder condições para
obtenção de licença para o nosso exercício profissional, pois o mesmo é
obrigatório em nossa grade curricular. E com base na aprovação e
desenvolvimento que tivermos poderemos então ter nossos conhecimentos postos em
prática.
O
estágio ainda é um meio de dar ao aluno a oportunidade de desenvolver sua
autonomia como futuro educador, autonomia em aprender a desenvolver seus
planejamentos de forma que venham ser críticos e reflexivos para então
possibilitar aos alunos uma aprendizagem significativa. Autonomia em ser o
coordenador e mediador de sua turma sem interferências a não ser que esta seja
solicitada e principalmente desenvolver a autonomia de seus conhecimentos
construídos durante sua caminhada acadêmica, pois para uma prática em sala de
aula temos que ter construções de conhecimentos permanentes, contínuos e
sólidos. Referente à questão de não termos uma teoria tão fortificada quanto
queríamos que foi colocado anteriormente coloco que mesmo não tendo ela da forma
como deveria ser acredito que nós enquanto estudantes devemos ser independente
do compromisso dos professores que tivemos temos que ser críticos,
pesquisadores e reflexivos para que não venhamos a nos tornar profissionais sem
compromisso com o que faz, com a educação, com os alunos com a sociedade em si,
pois a educação é a principal engrenagem para o desenvolvimento do nosso país.
O conhecer é um processo contínuo e esse conhecer
nos é concedido em sala de aula e fora dela, por isso temos que ter total empenho
não somente em nossos estágios sobre supervisão de alguém, porém deve ter
continuidade quando estivermos atuando quando professore titulares nas escolas
privadas, municipais ou estaduais, o verdadeiro educador exerce sua função com
perfeição independente de ser uma educação pública ou privada. Nossa atuação
deve ser coerente com os princípios da educação. Maria Lúcia Sanches, em seu
livro Educar o Ser diz uma frase muito interessante que diz que o conhecimento não é conhecimento se ele não
gera ação, por isso é tão importante
mantermos a relação teoria e prática, porque não é interessante eu ter ou obter
algum conhecimento se ele não vai causar nenhuma transformação no meio onde
vivemos ou no ambiente que vou atuar e isso inclui não só o local onde eu
estudo ou trabalho, mas a comunidade em que ambos estão inseridos e na
sociedade como um todo.
Nossa vivência e prática na educação básica deve ser
de forma minuciosa, com cautela, reflexiva, crítica e pesquisadora, pois não é
porque meus alunos são pequenos que eu vou ter minha prática defasada, a
educação básica é primordial para a aprendizagem do aluno, é onde ele poderá
desenvolver-se nos aspectos emocional, cognitivo e social. É onde terão a
oportunidade de desenvolver sua autonomia em todos os aspectos e assim dar
continuidade a sua aprendizagem sem ter lacunas a serem preenchidas, temos que
possibilitar uma educação crítica e emancipadora desde a educação infantil até
a formação superior, esse deve ser o nosso compromisso e desafio a ser vencido em
nosso percurso de formadores de opiniões e não formar meros alunos alienados
como resultado de uma pedagogia tradicional e tecnicista. Temos que
proporcionar uma Pedagogia Inovadora que proporcione a criança ou ao adulto,
experiências, valores, criticidade, e demais aspectos que os façam autônomos.
Temos que cumprir com o conteúdo sim, porém temos outros fatores importantes
que merecem nossa relevância tanto quanto o conteúdo a ser seguido.
Claudiane R. Benício.